Teologia Saudável

Homem Orando

Por que devemos orar se Deus é Soberano?

Texto Base: Tiago 4.1-3

Introdução

Amados irmãos, a soberania de Deus é uma verdade fundamental das Escrituras. Sabemos que os planos do Senhor não podem ser frustrados (Jó 42.2) e que Ele age conforme o beneplácito da Sua vontade (Ef 1.11). Mas, diante disso, uma pergunta pode surgir: se Deus é soberano, por que devemos orar? Será que nossas orações fazem diferença?

Hoje, vamos refletir sobre a importância da oração na vida do cristão, sua relação com a soberania de Deus e como devemos nos aproximar do Senhor em oração.

1. A Oração e a Vontade Soberana de Deus

O texto de Tiago 4.1-3 nos ensina que muitas vezes não recebemos porque não pedimos, e quando pedimos, pedimos mal, com motivações erradas. Isso nos mostra que Deus responde orações, mas conforme Sua vontade e propósito soberano.

A oração não é um meio de dobrar a vontade de Deus para que Ele faça o que queremos, mas um instrumento pelo qual nos submetemos à vontade dEle. Vemos isso claramente em Jesus no Getsêmani, quando ora: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39). Assim também foi com Paulo, que pediu para que o espinho na carne fosse retirado, mas ouviu do Senhor: “Minha graça te basta” (2Co 12.9).

2. O Propósito da Oração

Deus não precisa de nossa oração para agir, mas determinou que a oração fosse o meio pelo qual Suas bênçãos são derramadas sobre nós. “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).

A oração nos aproxima de Deus e fortalece nossa relação com Ele. Ela também é um meio de santificação, pois, ao orarmos, reconhecemos nossa dependência do Senhor e somos moldados por Ele. “Orai sem cessar” (1Ts 5.17) não significa repetir palavras incessantemente, mas viver em constante comunhão com Deus.

3. Como Devemos Orar?

A Escritura nos ensina princípios claros sobre como devemos orar:

  • Orar ao Deus Trino: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto” (Mt 6.6). Nossa oração deve ser dirigida ao Pai, por meio do Filho, e guiada pelo Espírito Santo (Ef 2.18).
  • Com Fé: “Sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).
  • Em Nome de Jesus: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Orar em nome de Jesus não é uma fórmula mágica, mas significa orar conforme os méritos de Cristo e alinhados com a vontade dEle.
  • Com Motivações Corretas: “E, quando pedem, não recebem, pois seus motivos são errados” (Tg 4.3).
  • Com um Coração Puro: “Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (Sl 66.18).

4. Resolvendo Algumas Dúvidas Comuns Sobre a Oração

  • Tempo e Frequência: Devemos orar sem cessar (1Ts 5.17), mantendo um coração voltado para Deus ao longo do dia.
  • Local: Jesus disse que devemos adorar “em espírito e em verdade” (Jo 4.23), ou seja, o local não é determinante.
  • Postura Física: A Bíblia não prescreve uma postura específica. Podemos orar de joelhos, em pé, sentados ou prostrados. O mais importante é a atitude do coração.
  • Oração de Concordância: O contexto de Mateus 18.19-20 se refere à disciplina eclesiástica, e não a um “cheque em branco” para obter o que quisermos em oração.

Conclusão

Diante da soberania de Deus, orar não é um ato inútil, mas um privilégio e um dever. Deus determinou que Suas bênçãos fluam através da oração.

Portanto, devemos orar com fé, com um coração puro e de acordo com a vontade de Deus. Devemos manter uma vida de oração constante, buscando sempre a comunhão com o Pai, por meio do Filho, na direção do Espírito Santo. Que possamos, como igreja, crescer na disciplina da oração e na confiança de que o nosso Deus soberano ouve e responde conforme a Sua perfeita vontade.

Amém!


Bibliografia:


Nicodemus, Augustus. (2019) Cristianismo Facilitado: Respostas Simples para Questões Complexas. 1a edição. Organizado por M. Zágari. São Paulo: Mundo Cristão, p. 57–61.


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