A glória de Deus é um tema central nas Escrituras e na vida cristã. Muitas vezes, somos tentados a buscar reconhecimento humano ou a medir a espiritualidade pelo desempenho e pelos resultados visíveis. No entanto, a Palavra de Deus nos ensina que somente Ele deve ser glorificado em todas as áreas da nossa vida. Como servos e mordomos, somos chamados à fidelidade, não à performance. Esse príncipio fundamental está resumido na expressão latina Soli Deo Gloria (“Somente a Deus toda glória”), um dos pilares da Reforma Protestante.
1. Deus Vê o Coração
Avaliamos as pessoas com base no que vemos externamente, mas Deus conhece o interior de cada um. A Escritura afirma: “O homem vê o exterior, porem o SENHOR, o coração” (1 Samuel 16:7b). Nossa motivação para servir a Deus não deve estar em recompensas terrenas ou na aprovação de outros, mas na fidelidade ao chamado do Senhor. Ele é justo e avalia não apenas as nossas ações, mas também as intenções do nosso coração.
2. A Glória de Deus na Salvação
A salvação é exclusivamente obra de Deus. Somos salvos pela graça, mediante a fé em Cristo, sem qualquer mérito próprio (Efésios 2:8-9). Desde o nascimento, o ser humano é incapaz de fazer algo para se justificar diante de Deus. Somente pela obra redentora de Cristo na cruz é que fomos reconciliados com Deus. Como declara o apóstolo Paulo: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21). Assim, toda a glória pertence ao Senhor.
3. A Glória de Deus na Vida Cotidiana
Não apenas a salvação, mas toda a nossa vida deve glorificar a Deus. O apóstolo Paulo nos exorta: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para homens” (Colossenses 3:23). Isso significa que qualquer atividade – seja no trabalho, na igreja ou na família – deve ser realizada com excelência e com o propósito de honrar a Deus. Nossa profissão de fé se manifesta na forma como vivemos e desempenhamos nossas responsabilidades diárias.
4. A Fidelidade como Mordomos de Deus
Deus nos confiou dons, talentos e oportunidades para servi-Lo. Como despenseiros de Deus, somos chamados a ser fiéis: “Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Coríntios 4:2). A fidelidade é o critério divino, não o sucesso aparente ou o reconhecimento humano. Na parábola dos talentos, Jesus ensina que os servos fiéis serão recompensados com estas palavras: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei” (Mateus 25:21).
5. A Esperança na Segunda Vinda de Cristo
Nosso compromisso com a glória de Deus está ligado à esperança da volta de Cristo. Naquele dia, seremos plenamente santificados e viveremos para sempre na presença de Deus. Como Paulo escreve: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Tessalonicenses 5:23-24). Essa promessa nos encoraja a perseverar na fé e na obediência.
Conclusão
O lema Soli Deo Gloria nos lembra que toda a nossa existência deve ser voltada para a glória de Deus. Seja na salvação, na adoração, no trabalho ou no ministério, nossa motivação deve ser agradar ao Senhor. Que possamos viver cada dia com essa perspectiva, sendo fiéis mordomos e aguardando com esperança a volta gloriosa de Cristo. Que toda a glória seja dada somente a Deus!
Material Complementar
Livro: Vivendo para a glória de Deus: uma introdução à fé reformada (Joel Beeke)