A doutrina da Eleição Incondicional, segundo dos Cinco Pontos do Calvinismo, afirma que Deus escolheu, de maneira soberana e graciosa, um grande número de pecadores para a salvação, sem considerar qualquer mérito, obra ou fé prevista neles. Essa escolha não foi condicionada a qualquer ação futura ou qualidade intrínseca do ser humano. Foi um ato de graça pura, realizado por Deus antes da fundação do mundo, com base apenas em sua vontade perfeita. Como bem explicou R.C. Sproul, comentando Romanos: “A doutrina reformada da predestinação é muitas vezes atribuída a João Calvino, mas ela é anterior a ele. Lutero já…
Neste estudo baseado em Josué 24, refletimos sobre uma das declarações mais fortes da Bíblia: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Josué, já em idade avançada, convoca o povo para lembrar dos feitos de Deus e renovar a aliança com Ele. No final de sua liderança, ele reafirma uma verdade essencial: servir a Deus é uma escolha que começa dentro de casa. Essa passagem bíblica, tão rica em significado, nos ensina três verdades importantes sobre a família cristã: O líder espiritual deve liderar com firmeza e exemplo. Josué mostra que a direção da família deve ser conduzida com…
A doutrina da Depravação Total é uma das mais fundamentais — e frequentemente mal compreendidas — dentro da teologia reformada. Embora muitas igrejas cristãs compartilhem o núcleo do evangelho, há divergências significativas em torno da visão do ser humano após a queda. Afinal, nascemos puros e livres para buscar a Deus, ou já inclinados ao mal, necessitando de uma intervenção divina para crer? A resposta bíblica é clara e profunda.
No encontro com a mulher samaritana, Jesus responde a uma pergunta simples, mas carregada de tradição religiosa: “Onde devemos adorar a Deus?” (João 4.20). A dúvida daquela mulher resumia séculos de disputas, templos e rituais. Mas Jesus vai além do lugar físico e revela algo surpreendente: a adoração que agrada a Deus não está ligada ao espaço ou ao rito — está ligada ao coração. Hoje, essa mesma pergunta ecoa nas igrejas: será que temos adorado verdadeiramente a Deus? Ou será que, sem perceber, estamos apenas desempenhando papéis religiosos? Nem o volume do som, nem a beleza da liturgia, nem…
A presença do mal no mundo sempre foi uma das questões mais difíceis para a fé cristã — e também uma das mais usadas por céticos para negar a existência de Deus. Se Deus é bom e todo-poderoso, por que Ele permite tanto sofrimento, dor e injustiça? Neste artigo, exploramos uma resposta profunda e cristocêntrica a essa pergunta, mostrando que a existência do mal não contradiz a existência de Deus, mas revela ainda mais claramente Sua glória, misericórdia e plano de redenção. Uma reflexão bíblica que traz consolo e firmeza à fé.
Em tempos de tanta informação disponível, muita gente questiona a autoridade e a confiabilidade da Bíblia. Afinal, por que um livro tão antigo, escrito por dezenas de autores diferentes, em contextos históricos tão distantes do nosso, ainda é considerado por milhões de pessoas como a Palavra de Deus? Talvez você já tenha ouvido ou dito frases como: “A Bíblia é cheia de erros”, “Foi escrita por homens” ou “Cada um interpreta do seu jeito”. E, de fato, essas dúvidas são compreensíveis — especialmente quando alguém nunca leu a Bíblia com atenção. Mas será que essas afirmações resistem ao exame honesto…
Nem sempre a maternidade começa com sorrisos e celebrações. Às vezes, ela nasce no silêncio de lágrimas derramadas em oração. A história de Ana, em 1 Samuel 1, nos apresenta uma mulher marcada pela dor da infertilidade, humilhada por sua rival e aflita de alma. Mas é justamente nesse contexto que vemos um dos retratos mais belos de fé, entrega e amor a Deus. Ana não só recebeu o presente da maternidade, como também teve coragem de devolvê-lo ao Senhor. Neste texto, somos convidados a refletir sobre uma mãe que entregou a Deus o que tinha de mais precioso. E…
Este artigo aborda a crença, presente em muitos círculos cristãos, de que fenômenos como mau-olhado, magia e obras malignas podem atingir os crentes. Com base na obra Cristianismo Bem Explicado, de Augustus Nicodemus, o texto esclarece, à luz da Bíblia, a atuação de forças demoníacas e delimita até onde elas podem influenciar a vida de um cristão. O artigo distingue tentação, opressão e possessão demoníaca, explicando por que um verdadeiro crente, habitado pelo Espírito Santo, não pode ser possuído nem amaldiçoado por trabalhos espirituais. Reforça ainda que o cristão é chamado à vigilância, santidade e confiança no poder protetor de…
Há um perigo sutil e devastador que ronda os corredores do ministério cristão, tenha você um cargo eclesiástico ou seja você um “simples colaborador” nas atividades da igreja. Ele se veste de zelo, se mascara de competência, se alimenta de elogios e se esconde em justificativas piedosas. É a glória própria — o desejo do coração caído de ser visto, celebrado e reverenciado. No capítulo intitulado “Glória Própria” do livro Vocação Perigosa, Paul Tripp desmonta esse ídolo com precisão cirúrgica, mostrando como ele pode transformar pastores em reis autodeclarados e líderes em homens espiritualmente cegos, ainda que funcionalmente ativos. Neste…
Em uma antiga litografia alemã chamada “Checkmate”, um jovem é retratado jogando xadrez contra o próprio diabo. O quadro mostra uma situação de quase derrota: o inimigo sorri confiante (o como blefe), enquanto o jovem parece desolado, crendo que tudo está perdido. Durante anos, muitos acreditaram que aquele era o fim da partida — até que um dos maiores enxadristas da história, Paul Morphy (1837–1884), diante da obra, percebeu algo que ninguém via: o jovem ainda tinha uma jogada que poderia mudar toda a história. Essa imagem ilustra perfeitamente aquilo que aconteceu na cruz do Calvário. À primeira vista, parecia…
Quando lemos sobre a igreja primitiva no livro de Atos, percebemos algo extraordinário. Aqueles primeiros cristãos não apenas se reuniam para ouvir a Palavra, mas compartilhavam a vida uns com os outros. Havia comunhão verdadeira, preocupação mútua e um desejo profundo de crescer juntos na fé. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (Atos 2.42). A igreja era mais do que um lugar de reuniões semanais; era uma família. Eles cuidavam uns dos outros, sustentavam-se em oração, supriam necessidades e se fortaleciam no discipulado. Hoje, ao olharmos para nossas igrejas, precisamos…
Você já ouviu falar das virtudes cardeais — prudência, temperança, justiça e fortaleza? Muitas vezes tratadas como conceitos filosóficos ou morais genéricos, essas qualidades ganham um novo sentido à luz do Evangelho. Neste artigo, refletimos sobre como essas virtudes, quando vividas pela fé e moldadas pela ação do Espírito Santo, se tornam marcas da santificação e do caráter de Cristo em nós. Um convite à formação espiritual profunda, para além de boas intenções — rumo à verdadeira vida cristã.
Você já se viu diante de uma grande decisão e pensou: “Se isso acontecer, então é porque Deus quer que eu faça tal coisa”? Ou talvez tenha orado dizendo: “Senhor, se é da Tua vontade, dá-me um sinal claro”? Muita gente já fez isso — e não é raro que usem como justificativa o famoso episódio de Gideão, quando ele colocou uma lã na eira para descobrir a vontade de Deus (Juízes 6.36-40). Nesta mensagem, descubra por que o teste da lã de Gideão não é modelo para nós hoje e como conhecer a vontade de Deus de forma bíblica…
A cruz parecia o fim. Para os discípulos, era o ponto final de todas as esperanças. O Messias, que eles imaginavam que restauraria o trono de Israel, agora jazia em um túmulo. Ninguém esperava uma reviravolta. Mas foi justamente ali, na manhã do terceiro dia, que Deus virou o jogo da história. A ressurreição de Cristo não foi apenas um milagre. Foi o começo de uma nova era. Um evento escatológico — ou seja, relacionado ao fim dos tempos — que aconteceu no meio da História. E mais: esse ato único, poderoso e definitivo lançou os fundamentos para a missão…
Quando pensamos na crucificação de Jesus, a imagem que costuma vir à mente é marcada pela dor física: a coroa de espinhos, os cravos, a cruz. Mas o que estava acontecendo ali ia muito além do sofrimento corporal. Naquela sexta-feira sombria, um confronto cósmico acontecia diante dos olhos humanos — e, ainda assim, poucos o perceberam. Na cruz, não apenas um homem morria injustamente. Na cruz, o Filho de Deus enfrentava, de forma direta e decisiva, o grande inimigo da humanidade: Satanás. Era o desfecho da promessa feita lá no Éden, quando Deus declarou que a descendência da mulher esmagaria…