Em tempos de indiferença e divisão, o clamor por um coração quebrantado ressoa com mais urgência do que nunca. A música “A Começar em Mim”, do grupo Vencedores por Cristo, é um convite sincero à transformação pessoal e comunitária. Suas profundas palavras são na verdade uma oração, que nos lembra que a verdadeira unidade no Corpo de Cristo começa com a disposição de cada um para ser moldado pelo Senhor. Mas o que significa ter um coração quebrantado? E como isso impacta a Igreja e o mundo ao nosso redor?
O Quebra-coração de Deus
A expressão “quebra corações” nos remete à necessidade de humildade diante de Deus. A Escritura nos ensina que “perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido” (Salmo 34:18, NAA). Um coração endurecido é resistente à voz de Deus e à sua vontade. Mas quando permitimos que Ele nos molde, nos tornamos mais sensíveis ao seu amor, mais misericordiosos e prontos para viver em unidade.
Jesus orou ao Pai pedindo que fôssemos um, assim como Ele e o Pai são um (João 17:21). No entanto, essa unidade não acontece sem arrependimento e renovação. A divisão no Corpo de Cristo é frequentemente fruto de corações orgulhosos e cheios de autossuficiência. Por isso, o pedido para que Deus quebre nossos corações é, na verdade, um pedido por restauração.
O Amor Que Substitui a Frieza
“Onde há frieza, que haja amor” é um clamor para que Deus aqueça nossos sentimentos, retirando de nós qualquer insensibilidade espiritual. O apóstolo Paulo nos exorta: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade” (Colossenses 3:12, NAA). Sem amor, nossos gestos e palavras se tornam vazios (1 Coríntios 13:1-3).
A frieza espiritual pode se manifestar em falta de compaixão, distanciamento emocional e falta de interesse pelo outro. Para combatê-la, precisamos nos encher do amor de Cristo, um amor que perdoa, que se doa e que busca o bem do próximo.
O Perdão Que Rompe as Barreiras
“Onde há ódio, o perdão” nos lembra de que o Evangelho é essencialmente sobre reconciliação. Deus nos perdoou em Cristo, e devemos perdoar uns aos outros (Efésios 4:32). O ódio e a amargura não são compatíveis com a nova vida em Cristo. A falta de perdão impede o crescimento espiritual e enfraquece a Igreja.
Quando aprendemos a perdoar, seguimos o exemplo de Jesus, que na cruz declarou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). O perdão é o caminho para a cura das relações e para a paz que excede todo entendimento.
Inclusive, na oração que Cristo nos ensinou, há uma clara e forte petição que fala para que Deus nos perdoe, assim como perdoamos: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mateus 6:12, NAA). Isso nos mostra que o perdão não é uma opção, mas uma resposta natural à graça que recebemos do Senhor.
Conclusão
O Corpo de Cristo é chamado a crescer “rumo à perfeição” (Efésios 4:13), e isso só acontece quando estamos dispostos a sermos transformados. A mensagem de “A Começar em Mim” é um desafio pessoal e coletivo. Não podemos esperar mudanças no mundo ou na Igreja sem que primeiro permitamos que Deus opere em nossos próprios corações. Que essa seja a nossa oração: Senhor, comece em mim!
Podemos cantar juntos essa música?
Leitura recomendada:
Livro: Avivamento: Luz na mente, fogo no coração (Hernandes Dias Lopes e Arival Dias Casimiro)