(Baseado em Romanos 12:1-2)
Vivemos em uma época em que a linha entre o sagrado e o secular parece cada vez mais tênue. Ideias, valores e comportamentos do mundo se infiltram na igreja de maneira sutil, a ponto de muitos cristãos aceitarem certas práticas sem perceber que estão se conformando com um padrão alheio à vontade de Deus. O apóstolo Paulo nos alerta sobre isso em Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Este texto nos convida a refletir sobre como o secularismo afeta nossa percepção da realidade e sobre a necessidade de nos firmarmos na Palavra de Deus.
1. O secularismo infiltrado na igreja
O secularismo é mais do que uma ideologia; é um estilo de vida que molda a maneira como pensamos e agimos. Ele se manifesta na normalização de valores que contradizem as Escrituras, tornando-se um desafio constante para o cristão. Muitas vezes, isso acontece de forma imperceptível. Práticas do mundo são incorporadas ao ambiente cristão sob o pretexto de modernização ou relevância cultural. No entanto, Jesus nos chama para sermos luz do mundo (Mateus 5:14), não para nos ajustarmos a ele.
2. A Palavra de Deus como parâmetro de conduta
Diante desse cenário, qual deve ser o nosso critério de verdade? A resposta é clara: a Palavra de Deus. Em 2 Timóteo 3:16-17, Paulo afirma que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” Se a Palavra de Deus é suficiente para nos guiar em toda a verdade, então devemos rejeitar qualquer ideia que se oponha a ela. O cristão não pode permitir que a cultura dite sua moralidade e conduta; é a Escritura que deve moldar nossa cosmovisão.
3. A fragilidade diante de uma realidade distorcida
O perigo do secularismo não está apenas em suas ideias, mas na maneira como ele nos ensina a enxergar a vida. A sociedade redefine conceitos como verdade, amor e justiça, mas sempre de forma distorcida. Como resultado, muitos crentes acabam se tornando vulneráveis, aceitando um “normal” que não condiz com o ensino de Cristo. Em Efésios 4:14, Paulo alerta sobre a necessidade de maturidade espiritual para que não sejamos levados “de um lado para outro por todo vento de doutrina”. Precisamos ser firmes e discernir o que é verdadeiro, lembrando-nos de que somos chamados a ser sal e luz, não a nos misturar e perder nossa identidade.
4. O perigo de ser apenas um frequentador de igreja
Outro efeito do secularismo é a superficialidade da fé. Muitos confundem participação em atividades e frequentar cultos com uma relação genuína com Cristo. No entanto, Jesus advertiu sobre aqueles que o chamam de “Senhor, Senhor”, mas que não fazem a vontade do Pai (Mateus 7:21-23). O final dessa postura não é nada boa. Vale destacar que o evangelho não é apenas um conjunto de regras ou uma cultura religiosa; é o chamado para uma nova vida em Cristo. Sem um compromisso real com a verdade, corremos o risco de nos tornarmos apenas expectadores em vez de verdadeiros seguidores de Jesus. O resultado disso não poderia ser mais trágico. Parafraseando os versos do poeta, “os quase verdadeiros seguidores de Cristo são os que quase vão morar no céu”.
Conclusão
Diante do secularismo, nossa resposta deve ser a renovação da mente por meio da Palavra de Deus. Não podemos permitir que as distorções do mundo definam nossa percepção da realidade. O chamado do evangelho é para uma transformação verdadeira, que nos leva a discernir a vontade de Deus e a viver de forma coerente com ela. Para isso, precisamos estudar com muito amor a Palavra de Deus.
Que possamos buscar essa renovação diariamente, permanecendo firmes na fé e comprometidos com a verdade de Cristo.