A história de Jonas é um retrato da graça de Deus alcançando aqueles que tentam fugir d’Ele. A música Passageiro Acidental, de Stênio Marcius, traduz essa experiência de maneira poética, conduzindo-nos a uma reflexão sobre a soberania e a misericórdia divinas. Assim como Jonas, muitas vezes nos encontramos tentando escapar da vontade de Deus, mas Ele, em Sua bondade, nos alcança e nos restaura.
Jonas tentou fugir de Deus ao embarcar rumo a Társis (Jonas 1:3), mas o Senhor, que tem controle sobre todas as coisas, usou a própria criação para trazê-lo de volta à Sua presença. O vento, a tempestade e o grande peixe foram instrumentos da soberania divina. No ventre do peixe, Jonas percebeu sua total dependência de Deus e clamou por socorro: “Na minha angústia, clamei ao Senhor, e ele me respondeu; do ventre do abismo gritei, e tu ouviste a minha voz” (Jonas 2:2, NAA).
A música enfatiza esse momento crucial, onde Jonas, cercado pela escuridão e pelas águas, compreende que sua salvação pertence ao Senhor. Sua oração atravessa “milhões de léguas submarinas” e chega diante de Deus, demonstrando Sua onipresença. Essa verdade também se reflete nos Salmos: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua presença?” (Salmo 139:7, NAA). Jonas descobriu que não estava fugindo de Deus, mas dele mesmo. Descobriu também que Deus escuta um coração arrependido. Que não apenas ouve, mas responde suas orações.
Outro aspecto que merece destaque na narrativa e na canção é a pronta obediência da criação. Enquanto Jonas desobedece, o grande peixe prontamente cumpre a ordem de Deus ao vomitá-lo em terra firme (Jonas 2:10). O Novo Testamento também aponta para essa realidade: quando Jesus acalma a tempestade, os ventos e o mar obedecem à Sua voz (Marcos 4:39). A natureza reconhece o senhorio de Cristo, evidenciando Sua divindade.
Conclusão
Passageiro Acidental nos lembra que não podemos fugir de Deus, e que Seu amor e soberania nos alcançam mesmo nos momentos mais sombrios. Jonas tentou escapar, mas encontrou graça no lugar mais improvável. O mesmo ocorre conosco: em nossa fraqueza, Deus nos ensina a depender totalmente d’Ele. Assim, podemos abraçar a redenção que nos é oferecida em Cristo e nos render à Sua vontade, confiando que Ele nos conduz de volta ao caminho certo. Como nos versos finais da música sugerem, que possamos dizer para Deus que não queremos mais fugir de nós mesmos, conscientes de que não podemos fugir dEle.
Vamos prestigiar essa boa música, meditando em seus versos.